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Web e Estatísticas de Acessibilidade na Internet

Neste guia orientado por dados, descubra quantos sites são acessíveis, o estado atual da inclusão digital e quem se beneficia da melhoria da acessibilidade.
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Por Que a Acessibilidade na Web é Importante

No mundo hiperconectado de hoje, o acesso à informação e aos serviços digitais tornou-se essencial para a vida cotidiana. No entanto, apesar dos avanços tecnológicos rápidos, uma parte significativa da população global ainda enfrenta barreiras ao interagir com a web.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 1,3 bilhão de pessoas — aproximadamente 16% da população global — vivem com algum tipo de deficiência. Esses indivíduos frequentemente encontram layouts inacessíveis, ausência de textos alternativos, problemas de navegação por teclado e outros obstáculos digitais que prejudicam sua experiência online.

Compreender as estatísticas de acessibilidade na web é o primeiro passo para promover a inclusão e reduzir a desigualdade digital. Sem um design acessível, milhões são excluídos da educação, saúde, emprego e participação cívica. Um relatório do Projeto Million da WebAIM revelou que 94,8% das principais páginas iniciais do mundo apresentavam falhas detectáveis nos padrões WCAG. Esses números expõem o estado crítico das estatísticas de acessibilidade na internet e ressaltam a urgência de reformas.

A acessibilidade na web não é apenas uma obrigação técnica — é um direito humano reconhecido por leis globais de deficiência e políticas de direitos civis.
  • O design inclusivo na prática significa considerar todos os usuários desde o início — não como uma reflexão tardia.
  • Melhorar a acessibilidade ajuda pessoas com deficiências visuais, auditivas, cognitivas e motoras a navegar na web de maneira eficaz.
  • A conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência está aumentando em todo o mundo, impulsionando as empresas a implementar experiências digitais mais justas e utilizáveis.

Incorporar a acessibilidade deixou de ser opcional — é essencial para a responsabilidade ética, a conformidade legal e o crescimento sustentável. Ao fomentar uma web mais inclusiva, desbloqueamos espaços digitais para todos, independentemente de suas habilidades.

O Estado Atual da Acessibilidade de Sites

Apesar da crescente pressão pública e regulatória, o estado geral da acessibilidade de sites em 2025 continua criticamente deficiente. Milhões de sites ainda apresentam barreiras substanciais para pessoas com deficiência. De acordo com o relatório Million da WebAIM, os pesquisadores analisaram as páginas iniciais dos 1 milhão de sites mais populares e identificaram mais de 50 milhões de erros distintos de acessibilidade — uma média de 51 erros por página. Esse volume impressionante destaca a persistente inacessibilidade em larga escala da web moderna, apesar do aumento da conscientização e dos esforços regulatórios.

Esses números evidenciam a dura realidade de quantos sites são realmente acessíveis. A web, que deveria ser um meio inclusivo, continua a excluir usuários com deficiências visuais, auditivas, cognitivas e motoras devido a decisões de design inadequadas e à falta de padrões rigorosos.

Mais de 49 milhões de adultos nos EUA têm alguma deficiência, mas menos de 4% dos principais sites do mundo são totalmente acessíveis. Essa lacuna reflete mais do que uma má experiência do usuário — é discriminação digital.

As falhas comuns identificadas nas auditorias de conformidade de acessibilidade seguem padrões previsíveis, apontando para problemas sistêmicos nos fluxos de trabalho de desenvolvimento e nos templates de CMS. Aqui estão os erros mais frequentes que afetam os usuários reais:

  • Baixo contraste de cores: Cerca de 79,1% das páginas iniciais apresentam textos com contraste insuficiente, tornando-os ilegíveis para usuários com deficiências visuais, como daltonismo e baixa visão.
  • Texto alternativo ausente: Mais de 55,5% das páginas contêm imagens sem descrição alternativa, tornando-as invisíveis para usuários de leitores de tela que dependem de contexto auditivo.
  • Links e botões vazios: Um alarmante 45,4% das páginas iniciais incluem links ou botões vazios ou ambíguos, o que confunde usuários de leitores de tela e dificulta a navegação.
  • Estrutura de cabeçalho inadequada: Hierarquias semânticas quebradas — como pular níveis de cabeçalho — foram encontradas em mais de 39% dos sites, prejudicando a compreensão do conteúdo por tecnologias assistivas.
  • Problemas de navegação por teclado: Muitos elementos interativos, como menus, sliders e pop-ups, ainda não são operáveis apenas por teclado, excluindo usuários com deficiências motoras.

Quando as organizações negligenciam ou adiam a avaliação da experiência do usuário em termos de acessibilidade, elas correm o risco de alienar uma grande parcela dos usuários e de violar leis de conformidade como a Lei dos Americanos com Deficiências (ADA) ou o Ato Europeu de Acessibilidade (EAA).

Além disso, a compatibilidade com leitores de tela continua sendo um problema generalizado. Mesmo frameworks modernos de JavaScript frequentemente produzem conteúdos dinâmicos que não se atualizam corretamente para tecnologias assistivas devido à ausência de funções ARIA ou ao uso incorreto de elementos de marcação.

A grande maioria das falhas de acessibilidade poderia ser prevenida com ferramentas básicas de teste e aderência aos padrões WCAG 2.1 Nível AA — no entanto, muitos desenvolvedores as ignoram na produção.

Em conclusão, embora algum progresso esteja sendo feito, 2025 mostra uma web ainda amplamente inacessível por design. Resolver esse problema exige mais do que preencher requisitos — é necessário incorporar a acessibilidade no DNA de cada projeto digital desde o início.

A acessibilidade digital não se trata apenas de deficiências diretas. Muitos também destacam o papel do design inclusivo na web na prática para reduzir a lacuna de equidade digital. Quando os sites são construídos com acessibilidade em mente, eles geralmente se tornam mais rápidos, melhor estruturados, mais fáceis de navegar e mais utilizáveis por todas as pessoas — incluindo aquelas com conexões lentas, dispositivos móveis ou métodos de entrada não padrão.

Principais Grupos que se Beneficiam:

  • Usuários com deficiência visual. Dependem de leitores de tela, configurações de alto contraste e fontes escaláveis para interagir com o conteúdo.
  • Usuários surdos ou com deficiência auditiva. Beneficiam-se de legendas em vídeos, transcrições e alertas visuais.
  • Usuários com deficiência motora. Navegam usando teclados, switches adaptativos ou ferramentas de reconhecimento de voz em vez de mouse.
  • Indivíduos neurodivergentes. Beneficiam-se de layouts claros, navegação consistente e menor carga cognitiva.
  • Usuários idosos. Podem apresentar deficiências relacionadas à idade que são amparadas pelos mesmos recursos de acessibilidade projetados para usuários mais jovens com deficiências permanentes.

Apenas 62% dos adultos norte-americanos com deficiência relataram sentir-se confiantes ao possuir e usar um dispositivo digital, em comparação com 81% dos adultos sem deficiência. Essa lacuna de acessibilidade cria barreiras não apenas na comunicação digital, mas também no emprego, na educação e na participação cívica.

Melhorar a experiência online para todos os usuários não é um efeito colateral — é o resultado direto de um trabalho de acessibilidade bem planejado.

A inclusão por meio da acessibilidade na web não é apenas uma questão de justiça, mas também um fator crítico para a construção de um ecossistema digital universalmente utilizável. Quando priorizamos o acesso, melhoramos os resultados para o maior número de pessoas — especialmente para quem mais precisa.

Barreiras que Afetam a Acessibilidade de Sites

Compreender as barreiras comuns de acessibilidade é o primeiro passo para preveni-las. Cada problema não resolvido é uma barreira potencial entre o usuário e conteúdos ou serviços essenciais.

A tabela abaixo apresenta os problemas de acessibilidade mais frequentes identificados em auditorias, junto com seu impacto nos usuários e soluções recomendadas. Esses insights baseiam-se em dados atualizados de acessibilidade digital e refletem desafios reais na avaliação da experiência do usuário e na resolução de problemas de UX relacionados à acessibilidade.

Barreira de AcessibilidadeImpacto nos UsuáriosSolução Recomendada
Baixo contraste de coresAfeta cerca de 1 em cada 12 homens e 1 em cada 200 mulheres no mundo. Torna o texto ilegível para usuários com deficiências visuais ou daltonismo.Mantenha uma taxa de contraste de pelo menos 4,5:1 para textos normais e 3:1 para textos grandes, seguindo as diretrizes WCAG.
Texto alternativo ausente em imagensA ausência de texto alternativo exclui usuários cegos e com baixa visão do conteúdo baseado em imagens.Adicione atributos alt descritivos a todas as imagens que transmitam informação. Evite expressões como “imagem de” ou “gráfico de” — seja conciso e relevante.
Rótulos de links vazios ou ambíguosLinks ambíguos ou vazios são lidos como “link” ou “clique aqui” pelos leitores de tela, dificultando a compreensão do contexto.Substitua textos vagos por rótulos descritivos (por exemplo, “Baixar relatório 2024” em vez de “Clique aqui”). O propósito do link deve ser claro mesmo fora de contexto.
Pobre navegação por tecladoUsuários que dependem de teclados podem não conseguir acessar ou ativar conteúdos interativos.Garanta que todos os elementos interativos (menus, modais, formulários) sejam acessíveis via Tab, Shift+Tab, Enter e ESC. Teste usando apenas o teclado.
Estrutura inadequada de cabeçalhosEstruturas de cabeçalho incorretas confundem usuários de leitores de tela e prejudicam a compreensão da hierarquia do conteúdo.Utilize HTML semântico (H1 a H6) para representar a estrutura do documento. Evite pular níveis (por exemplo, de H1 para H3).
Campos de formulário sem rótulosFormulários sem rótulos claros confundem usuários de leitores de tela, levando a entradas incorretas ou à impossibilidade de preencher formulários.Use elementos <label> adequadamente associados a cada campo através de for e id ou aninhados.
Falta de funções ARIA em conteúdo dinâmicoSem funções ARIA ou regiões vivas, leitores de tela não detectam mudanças em tempo real, como mensagens de validação ou alertas.Implemente funções ARIA e regiões vivas (por exemplo, role="alert", aria-live="polite").
Botões com rótulos não descritivosBotões apenas com ícones ou sem texto falham em comunicar seu propósito, especialmente para leitores de tela ou interfaces de voz.Inclua texto claro nos botões ou use atributos aria-label para fornecer contexto.
CAPTCHA inacessívelCAPTCHAs sem alternativas de áudio ou com texto distorcido são inutilizáveis por pessoas com deficiência visual ou dislexia.Use alternativas acessíveis, como reCAPTCHA com opções de áudio, questões matemáticas ou CAPTCHA invisível baseado em comportamento.

Os dados mostram que essas barreiras não são casos isolados — elas são extremamente comuns. Contudo, a maioria pode ser resolvida com planejamento adequado e integração de boas práticas de acessibilidade desde as fases iniciais do design.

Focando em estrutura, clareza e feedback de interação, os desenvolvedores podem reduzir significativamente a distância entre intenção e execução em acessibilidade.

Abordar esses problemas proativamente durante o processo de design e desenvolvimento é mais rápido e barato do que corrigi-los após o lançamento — e proporciona melhores experiências para todos.

Indústrias e Conformidade de Acessibilidade

Algumas indústrias estão avançando significativamente na inclusão digital devido à combinação de mandatos legais, pressão dos consumidores e responsabilidade organizacional. Esses setores atingiram maiores taxas de conformidade realizando auditorias regulares e adotando práticas de acessibilidade centradas no usuário desde os estágios iniciais de desenvolvimento.

Governo e Serviços Públicos

Plataformas governamentais são frequentemente obrigadas por lei a atender aos padrões de acessibilidade. Nos EUA, sites federais devem estar em conformidade com a Seção 508, enquanto a União Europeia aplica a sua Diretiva de Acessibilidade na Web e, em breve, o Ato Europeu de Acessibilidade (EAA). Um relatório de monitoramento do Reino Unido de 2024 revelou que 68% dos sites e aplicativos móveis do setor público alcançaram conformidade parcial ou total, com melhorias esperadas à medida que o monitoramento continua.

Educação

Universidades e plataformas de educação online estão priorizando a acessibilidade para cumprir a Seção 504/508 nos EUA e leis nacionais similares em outros países. O relatório EDUCAUSE revelou que 86% das instituições de ensino superior já estavam implementando ou formalizando políticas de acessibilidade digital.

Quais indústrias ainda estão ficando para trás?

Saúde

Organizações de saúde aumentaram seus esforços em acessibilidade após a pandemia de COVID-19, que expôs desigualdades no acesso digital. Hospitais nos EUA agora são obrigados a cumprir os padrões WCAG sob a Seção 1557 da ACA. No entanto, quase 80% dos principais sites de hospitais norte-americanos não atendiam aos requisitos de acessibilidade, impulsionando grandes reformas em portais, sistemas de agendamento e acesso a registros médicos online.

Comércio Eletrônico

Varejistas online são alvos frequentes de processos relacionados à ADA, o que levou muitos a melhorar sua acessibilidade. A Target tornou-se um exemplo marcante após um processo coletivo em 2008, gerando ampla conscientização no setor. Segundo o relatório ADA, empresas de e-commerce representaram mais de 82% dos processos judiciais sobre acessibilidade na web em 2023.

Líderes em acessibilidade ganham mais do que proteção legal — eles constroem confiança na marca, retêm usuários fiéis e melhoram o SEO com conteúdo melhor estruturado.

Como a Acessibilidade na Web é Avaliada

Avaliar a porcentagem de sites acessíveis é uma tarefa complexa que envolve tanto ferramentas automatizadas quanto revisões manuais. A acessibilidade não diz respeito apenas a uma página “passar” em um teste — trata-se de como ela efetivamente atende usuários reais com necessidades diversas. É por isso que abordagens modernas de avaliação combinam verificações técnicas com análises de acessibilidade centradas no usuário.

Um dos recursos mais citados nesse campo é o Projeto Million da WebAIM, que analisa anualmente as páginas iniciais dos 1 milhão de sites mais populares.

Ferramentas de testes automatizados podem ajudar a identificar alguns problemas reais de acessibilidade. No entanto, testes manuais e feedback de usuários são cruciais para uma auditoria precisa.

Principais Referências e Metodologias

A acessibilidade é tipicamente medida em relação às Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), atualmente na versão 2.1, com a versão 2.2 recém-introduzida e a 3.0 em desenvolvimento. As WCAG são organizadas em torno de quatro princípios fundamentais: Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto (POUR).

Métodos comuns para avaliação de acessibilidade incluem:

  • Varreduras automatizadas. Ferramentas como Axe, Lighthouse e WAVE identificam problemas de código como ausência de rótulos ou erros de contraste.
  • Testes manuais. Especialistas utilizam leitores de tela (como NVDA, JAWS, VoiceOver) e navegação apenas por teclado para simular o uso no mundo real.
  • Testes com usuários. Envolver pessoas com deficiência revela obstáculos práticos que varreduras automatizadas não captam — especialmente na navegação, formulários e multimídia.
  • Auditorias de conformidade de acessibilidade. Avaliações formais, frequentemente conduzidas por consultores externos, resultam em relatórios estruturados e recomendações.

No final das contas, medir a acessibilidade não é apenas uma questão de conformidade; é uma questão de compromisso. Organizações que incorporam acessibilidade no design, testam com usuários diversos e acompanham o progresso ao longo do tempo são aquelas que estão fechando a lacuna digital.

Conclusão

Com base nas avaliações orientadas por dados discutidas anteriormente, fica claro que alcançar um progresso significativo na acessibilidade da web requer mais do que listas de verificação de conformidade. Apesar dos esforços constantes, a porcentagem de sites acessíveis continua baixa. Esses números não são apenas estatísticas — representam barreiras reais enfrentadas por milhões de usuários todos os dias. Abordá-las exige uma mudança cultural em direção ao design inclusivo na prática, colocando as pessoas reais no centro, e não apenas seguindo frameworks ou validadores de código.

À medida que as organizações começam a integrar a acessibilidade no design de produtos, nas auditorias e nas estratégias, elas também melhoram a experiência online para todos os usuários. Acompanhar as estatísticas de acessibilidade na web nos ajuda a medir não apenas onde estamos — mas onde precisamos chegar. No final, acessibilidade não é apenas corrigir problemas; é construir uma web que acolha todos, que respeite a dignidade humana e que reflita os valores de um futuro digital inclusivo.